Quem?


O nome dela é Paula. Mas ela gostaria que fosse Joana.

Pelo menos seria um nome forte, quem sabe até alguém se lembrasse daquela heroína francesa que ajudou a vencer uma guerra. É, quem sabe se chamasse Joana poderia vencer alguma batalha nessa vida.Tudo bem, não precisa me lembrar que o fim dela foi, como posso dizer, assustador. Mas ela fez história, sabe.

E a Paula só faz planos.

Quer isso, sonha aquilo, deseja muito muita coisa, mas só consegue ser a Paula. Pode perguntar: e isso não é o suficiente? A Paula responde em alto e bom som: não. Mas só ela escuta a resposta. Quem perguntou já não está mais prestando atenção. Paula já se acostumou com isso.

Não que seja legal não ser notada. O que Paula queria mesmo era ser famosa. Mesmo que no final tivesse somente a língua queimada, lembraria ao menos de longe a tal Joana. Afinal, ela morreu tragicamente, mas deixou um legado. E é justamente isso que Paula quer: ser lembrada por algo incrível, talvez até vire uma santa como a francesa. Esse seria um bom final, hein?!

Só que a Paula, que não é Joana, não fez nada que possa ser sagrado. Acho que até já roubou doce de criança. Não, esquece o que eu disse, isso seria um fato terrível para a história da nossa personagem, que não tem nem o sobrenome D'arc. Paula só quer ser famosa, deixar sua marca.

Pensando nisso, tomou a maior decisão da sua vida. A partir desse minuto, Paula se chama Joana.

E se alguém a chamar de Paula, ela não responde. Nem adianta insistir.

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